sábado, 15 de setembro de 2012

Os animais podem receber passes?


Os animais podem receber o passe? O Livro dos Espíritos é muito claro quanto à existência de um princípio espiritual nos animais. Assim é na resposta à questão 593, quando os Espíritos afirmam que os animais “têm inteligência, porém, limitada” e no comentário de Kardec a respeito, afirmando que “há neles uma espécie de inteligência, mas cujo exercício quase que se circunscreve à utilização dos meios de satisfazerem às suas necessidades físicas e de proverem à conservação própria”.

Mais adiante, na questão 597, ensinam os Espíritos que há nos animais um princípio independente da matéria e que sobrevive ao corpo. “É também uma alma, se quiserdes, dependendo isto do sentido que se der a esta palavra” e que “é tirado do elemento inteligente universal, assim como o do homem, sendo que no homem passou por uma elaboração que o coloca acima da que existe no animal.”

Portanto, o princípio inteligente ou espiritual que habita o animal é o mesmo do homem, isto é, tem a mesma origem e natureza. A diferença que se constata é que, no reino animal, ainda está em fase de elaboração. Na humanidade, já atingiu a sua condição máxima possível, de espírito. Vemos, assim, que os animais são dotados da mesma inteligência e dos mesmos sentidos que nós. O que ocorre é que essa inteligência e esses sentidos encontram-se em momentos evolutivas difrentes.

O passe magnético é uma transfusão de energias, envolvendo energia anímica do próprio médium e energia oriunda do plano espiritual, extraída do fluido cósmico universal, doada pelos espíritos benfeitores que assistem o trabalho de passe. A sua aplicação deve ser feita através da imposição de mãos sobre a cabeça do paciente. Os fluidos doados pelos espíritos circularão, primeiro, na cabeça do médium (centro coronário), para depois escorrer pelas suas mãos, indo atingir, então, o centro coronário do assistido. Essa energia doada será absorvida pelo paciente através de seu perispírito, que a transmitirá por todo o organismo físico.

Dessa maneira, sendo o perispírito, tanto do homem como o dos animais, constituído da mesma matéria extraída do fluído cósmico universal, de onde também saem as energias a serem transfundidas pelos espíritos, os animais podem ser igualmente beneficiados por estas energias, através do passe magnético.

Fonte: Site CVDEE – Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Postado por Grupo Espírita caminho de Damasco às 04:58 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Desenvolvimento Mediúnico


Segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, no seu Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, desenvolver significa: tirar invólucro, expor minuciosamente, progredir, alargar, instruir-se. E desenvolvimento é o ato ou efeito de desenvolver.

Desenvolvimento Mediúnico é o ato de fazer crescer, progredir, expor a faculdade que permite aos homens comunicarem-se com os Espíritos.
Se nós falamos somente em desenvolvimento mediúnico e não em “criar” mediunidade ou médiuns, é, certamente porque esta faculdade não se cria numa determinada pessoa que não a possua. A mediunidade é uma faculdade tão natural no homem quanto qualquer outro dos cinco sentidos habituais (visão, audição, olfato, tato e paladar). Tomemos o paladar para exemplo. Ninguém inventa faculdade inata, pronta para ser utilizada, como que programada por milênios e milênios de existências anteriores, documentada na nossa memória espiritual. É preciso, contudo, em cada existência que se reinicia, reaprender a utilizá-lo adequadamente para selecionar alimentos, definir preferências ou recusar substâncias prejudiciais. Assim também é a mediunidade um atributo físico do homem.

Os Espíritos afirmam a Kardec [LM-it 226]:
"A faculdade mediúnica se radica no organismo".
O médium já nasce médium. Cabe-nos portanto, se possuidores da faculdade mediúnica, nos esforçarmos por exercê-la com devotamento e humildade.

Por que desenvolver a mediunidade
De posse destes conceitos, forma-se uma nova dúvida em nossa mente: Por que desenvolver a mediunidade? Presença de mediunidade significa necessidade de trabalho na Seara Espírita? Nós sabemos que na Terra estamos rodeados por Espíritos desencarnados que a todo instante, através do pensamento, nos influenciam e são influenciados por nós. Sendo os médiuns, por características próprias de seu corpo físico, indivíduos mais sensíveis, captam com maior facilidade a influência dos Espíritos, podendo sofrer, às vezes, conseqüências desagradáveis em decorrência de possuir em uma faculdade que não conhecem e não dominam.

Além disso, nós sabemos que da faculdade mediúnica podem dispor se bons e maus Espíritos, podendo no caso dos maus, levarem o médium ao desequilíbrio.

O Espírito da Verdade afirma [LM-cap 31 it 15]:
"...Todos os médiuns são incontestavelmente chamados a servir à causa do Espiritismo, na medida da sua faculdade..."

Em [Nos Domínios da Mediunidade] ouvimos as seguintes afirmativas do Espírito Albério (instrutor de André Luiz):

"Mediunidade, por si só não basta. É necessário sabermos que tipo de onda mental assimilamos, para conhecer a qualidade do nosso trabalho e julgar nossa direção. É perigoso possuir sem saber usar."
Assim, é a mediunidade uma faculdade inerente à própria vida, sendo semelhante ao dom da visão comum, peculiar a todas as criaturas, responsável por tantas glórias e por tantos infortúnios na Terra. Entretanto, ninguém se lembrará de suprimir os olhos, porque milhões de pessoas, em face das circunstâncias imponderáveis da evolução, tenham se servido dos olhos para perseguir e matar nas guerras de terror e destruição. É necessário iluminá-los, orientá-los, esclarecê-los.

Etapas do Desenvolvimento Mediúnico

A mediunidade não requisitará desenvolvimento indiscriminado, mas, antes de tudo, aprimoramento da personalidade mediúnica e nobreza de fins, para que o médium possa tornar-se um filtro leal das Esferas Superiores com vistas à ascensão da Humanidade para o Progresso.
Mas então, como proceder ao desenvolvimento mediúnico? Allan Kardec e vários benfeitores espirituais nos orientam que, no desenvolvimento mediúnico, temos de vencer três etapas: intelectual – material moral.

a) Etapa Intelectual: é representada pela necessidade do estudo.
Kardec afirma:

"...O estudo preliminar da teoria é indispensável, se quisermos evitar inconvenientes inseparáveis da inexperiência." [LM-it 211]

O estudo da faculdade mediúnica e o conhecimento da Doutrina Espírita são bases essenciais e indispensáveis.

b) Etapa Material: é o adestramento, uma forma de treinamento da faculdade mediúnica, uma familiarização com as técnicas envolvidas no processo da mediunidade.
"Na verdade, até hoje, não existe sinal ou diagnóstico infalível para se chegar à conclusão que alguém possua essa faculdade; os sinais físicos nos quais algumas pessoas julgam ver indícios, nada tem de infalíveis. Ela se encontra, nas crianças e nos velhos, entre homens e mulheres, quaisquer que sejam o temperamento, o estado de saúde, o grau de desenvolvimento intelectual e moral. Não há senão um meio para lhes contatar a existência que é o experimentar." [LM-cap 17 it 200]

Esta experimentação deve ser: perseverante, assídua, séria, em grupo, local adequado, sob orientação experiente, desprovida de concionamentos.

O candidato a médium deve ter persistência, exercitando-se para as comunicações em dias e horários certos da semana, pré-estabelecidos, de preferência em grupo. Kardec nos orienta [LM-it 207] que a reunião de pessoas com intenção semelhante forma um todo coletivo onde a força e a sensibilidade se encontram aumentadas por uma espécie de influência magnética que ajuda o desenvolvimento da faculdade.

A reunião deste grupo deve ser sob a direção de pessoas experientes, conhecedoras da Doutrina Espírita e do fenômeno mediúnico.
Esta reunião deve ser também feita, de preferência em local apropriado, isto é, no Centro Espírita, onde estaremos sob o amparo e a orientação de Espíritos Bons, que são responsáveis pelos trabalhos mediúnicos da Casa. Além disto, todo Centro Espírita tem como que um isolamento magnético que nos protege espiritualmente durante os trabalhos mediúnicos. É simples compreendermos, pois na Terra acontece o mesmo. Um acadêmico de Medicina inicia seu treinamento aos doentes num Hospital e sob a supervisão de um médico experiente para evitar desastres. Se for
uma cirurgia será necessário um cuidado ainda maior - um centro cirúrgico.
O candidato a médium não deve desistir se, após 2, 3 ou 10 tentativas de comunicação com os Espíritos não obtiver qualquer resultado ou qualquer indício de comunicação. Como vimos, existem obstáculos de correntes da própria organização mediúnica em desabrochamento, impedimentos materiais e psíquicos que, só com o tempo e a dedicação serão contornados.
Quanto ao médium que já controla bem sua faculdade, que permite aos Espíritos se comunicarem com facilidade, que seja, em uma palavra, um “médium feito”, seria um erro de sua parte, nos assevera Kardec [LM 216] crer-se dispensado de qualquer outra instrução. Não venceu senão uma resistência material, e é agora que começa para ele o verdadeiro desafio, as verdadeiras dificuldades: vencer a terceira etapa - a moral.

c) Etapa Moral: Allan Kardec define como espírita-cristão ou verdadeiro espírita, aquele que não se contenta em admirar a moral espírita, mas a pratica e aceita todas as suas conseqüências. Convencido de que a existência terrena é uma prova passageira, aproveita todos os instantes para avançar no caminho do Progresso, esforçando-se em fazer o bem e anular seus maus pensamentos. A caridade em todas as coisas é a regra de sua conduta.
Sob o ponto de vista espírita, a mediunidade é uma iniciação religiosa das mais sérias, é um mandato que nos é oferecido pela Espiritualidade Superior a fim de ser fielmente desempenhada. Desta forma, o aspirante à mediunidade - Luz da Doutrina Espírita - deve partir da conscientização de seus ensinamentos e esforçar-se, desde o início de seu aprendizado, por ser um espírita-cristão. Isto significa trabalha incessantemente por nossa reforma moral. Somente nossa evolução moral, nossa melhora e nosso crescimento para o Bem poderão garantir-nos o assessoramento dos bons Espíritos e o exercício seguro da mediunidade, por nossa sintonia com o Bem. E esta não é uma tarefa fácil, pois o que mais temos dentro de nós são sensações e experiências negativas e deformadas trazidas do passado. Por isso para nós ainda é mais fácil e cômodo, sintonizar com as atitudes negativas do que com as positivas.
E como faremos? Como nos livrarmos de condicionamentos inferiores? Carregamos séculos de erros e alguns anos de boas intenções. É claro que não podemos mudar sem esforço, temos que trabalhar duro nesta reforma moral, que só nós saberemos identificar e sentir porque estará marcada em nosso íntimo. Trabalhemos com exercícios diários e constantes no bem, meditando e orando muito. Jesus, o Médium por Excelência, sintonizava constantemente com Deus, no entanto, após a convivência com o povo, sempre se afastava para orar e meditar em silêncio e solidão.
A diferença de um bom médium e um médium desajustado, não está na mediunidade, mas no caráter de um e de outro; na formação moral está a base de todo desenvolvimento mediúnico.
Alguns cuidados devem ser tomados por todos aqueles que aspiram ao desenvolvimento mediúnico:
* Culto do Evangelho no Lar: ele proporciona a renovação do clima espiritual do lar sob as luzes do Evangelho Redivivo, porque o lar é a usina maior de energia de que somos carentes, é onde compensamos nossa vibrações psíquicas em reajustamento.
* Culto de Assistência: rompimento com o egoísmo, interessando nos pelo próximo, auxiliando-o sempre em todas as ocasiões, usando ao máximo nossa capacidade de servir desinteressadamente. Participação em atividades como: campanha do quilo, distribuição de alimentos, visita aos
enfermos, idosos e creches, grupos de costura, evangelização, etc.
* Freqüência ao Centro Espírita: nas reuniões públicas e outras atividades oferecidas pelas Casas Espíritas. Aprenderemos a viver em grupos Humanos que nos permitirão o exercício da humildade. Evitemos as sessões mediúnicas nos lares; organização espiritual não se improvisa.
* Estudo Coletivo: reunidos aos companheiros para o estudo das obras espíritas, evitemos as falsas interpretações. Assimilando as experiências de companheiros, estaremos alongando nossa visão e nossa percepção dos conteúdos espíritas; o que se torna mais difícil numa leitura solitária.
* Reforma Íntima: revisão e reconstrução de nossos atos e hábitos, permutando vícios por virtudes legitimamente cristãs que são as únicas que sobreviverão eternamente.
Como nos diz o instrutor Albério: "... elevemos nosso padrão de conhecimento pelo estudo bem
conduzido e apuremos a qualidade de nossa emoção pelo exercício constante das virtudes superiores..."

Dentro destes critérios de desenvolvimento da mediunidade, mesmo que nenhuma faculdade venha a desabrochar, tenhamos a certeza que estaremos desenvolvendo-nos espiritualmente e capacitando-nos para o exercício da mediunidade com Jesus.

E a vida continua...


Mensagem de Bezerra de Menezes aos Médiuns




Que a paz do Senhor nos felicite os corações.

Mediunidade com Jesus é serviço aos semelhantes. Desenvolver esse recurso é, sobretudo, aprender a servir.

Aqui, alguém fala em nome dos espíritos desencarnados; ali, um companheiro aplica energias curadoras; além, um cooperador ensina o roteiro da verdade; acolá, outrem enxuga as lágrimas do próximo, semeando consolações.

Contudo, é o mesmo poder que opera em todos. É a divina inspiração do Cristo, dinamizada através de mil modos diferentes por reeguer-nos na condição de inferioridade ou de sofrimento ao titulo de herdeiros do Eterno Pai.

E nessa movimentação bendita de socorro e esclarecimento, não se reclama o titulo convencional do mundo qualquer que seja, porque a mediunidade cristã, em si, não colide com nenhuma posição social, constituindo fonte do Céu a derramar benefícios na Terra, por intermédio dos corações de boa vontade.

Em razão disso, antes de qualquer sondagem das forças psíquicas, no sentido de se lhes apreciar o desdobramento, vale a consagração do trabalhador à caridade legítima, e cujo exercício todas as realizações sublimes da alma podem ser encontradas.

Quem desejar a verdadeira felicidade, há de improvisar a felicidade dos outros; quem procure a consolação, para encontrá-la, deverá reconfortar os mais desditosos da humana experiência.

Dar para receber.

Auxiliar para ser amparado.

Esclarecer para conquistar a sabedoria e devotar-se ao bem do próximo para alcançar a divindade do amor.

Eis a lei que impera igualmente no campo mediúnico, sem cuja observação, o colaborador da Nova Revelação não atravessa os pórticos das rudimentares noções de Vida Eterna.

Espírito algum construirá a escada de ascensão sem atender às determinações do auxilio mútuo. 

Nesse terreno, portanto, há muito que fazer nos círculos da Doutrina Cristã rediviva, porque não basta ser médium para honrar-se alguém com as bênçãos da luz, tanto quanto não vale possuir uma charrua perfeita, sem a sua aplicação no esforço da sementeira.

A tarefa pede fortaleza no serviço com ternura no sentimento.

Sem um raciocínio amadurecido para superar a desaprovação provisória da ignorância e da incompreensão e sem as fibras harmoniosas do carinho fraterno, para socorrê-las, com espírito de solidariedade real, é quase impraticável a jornada para a frente.

Os golpes da sombra martelam o trabalho iluminativo da mente por todos os flancos e imprescindível se torna ao instrumento humano das Verdades Divinas armar-se convenientemente na fé viva e na boa vontade incessante, a fim de satisfazer aos imperativos do ministério a que foi convocado.

Age, assim, com isenção de ânimo, sem desalento e sem inquietação, em teu apostolado de curar.

Estende as tuas mãos sobre os doentes que te busquem o concurso de irmão dos infortunados convicto de que o Senhor é o Manancial de todas as Bênçãos.

O lavrador semeia, mas é a Bondade Divina que faz desabrochar a flor e preparar-se o fruto. É indispensável marchar de alma erguida para o Alto, vigiando, embora as serpentes e os espinhos que povoam o chão.

Diversos amigos se revelam interessados em tua tarefa de fraternidade e luz e não seria justo que a hesitação te paralisasse os impulsos mais nobres, tão somente porque a opinião do mundo te não entende os propósitos, nem os objetivos da esfera espiritual, de maneira imediata.

Não importa que o templo seja humilde e que os mensageiros compareçam na túnica de extrema simplicidade.

O Mestre Divino ensinava a verdade à frente de um lago e costumava administrar os dons celestiais sob um teto emprestado; além disso, encontrou os companheiros mais abençoados e fiéis entre pescadores anônimos, integrados na vida singela da natureza.

Não te apoquentes, meu irmão, e segue com serenidade.

Claro está que ainda não temos seguidores leais do Senhor sem a cruz do sacrifício.

Mediunidade é um madeiro de espinhos dilacerantes, mas com o avanço da subida, calvário acima, os acúleos se transformam em flores e os braços da cruz se convertem em asas de luz para a alma livre na Eternidade.

Não desprezes a tua oportunidade de servir e prossegue de esperança robusta.

A carne é uma estrada breve.

Aproveitemo-la sempre que possível na sublime sementeira da caridade perfeita.

Em suma, ser médium no roteiro cristão é dar de si mesmo em nome do Divino Mestre, e foi Ele que nos descerrou a realidade de que somente alcançam a vida verdadeira aqueles que sabem perder a existência em favor de todos os que se constituem seus tutelados e filhos de Deus na Terra.

Segue, assim, amando e servindo.

Não nos deve preocupar a ausência da alheia compreensão.

Antes de cogitarmos do problema de sermos amados, busquemos amar, conforme o Amigo Celeste nos ensinou,

Que Ele nos proteja, nos fortifique e abençoe

Mensagem de Bezerra de Menezes


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Eurípedes Barsanulfo

Nasceu Eurípedes Barsanulfo na cidade de Sacramento (MInas Gerais), a 1° de Maio de 1880, e ai faleceu a 1° de Novembro de 1918.

Foram seus pais Hermógenes Ernesto de Araújo e D. Jerônima Pereira de Almeida, ambos, a princípio, pobres de haveres materiais, mas ricos de virtudes cristãs, as quais enchiam o lar honrado de alegria e paz.

Logo que pôde manisfestar os nobres sentimentos de que era dotado, revelou-se um menino admirável pela sua inteligência precoce, pela sua dedicação ao trabalho e ao estudo.

A sua juventude não decorreu despreocupada, como sói acontecer com aqueles que são bafejados pela fortuna. Muito jovem ainda, teve de enfrentar as vissicitudes do lar, promovendo os meios de auxiliá-lo.

Cresceu e viveu sempre ao lado de seus progenitores, para os quais foi um verdadeiro arrimo. Trabalhador e dócil, cursou as aulas do Colégio Miranda, estabelecimento de ensino dirigido pelo hábil educador João Derwil de Miranda. Na madrugada da vida, mostrava grande propensão para seguir a carreira das letras. Quando estudante, auxiliava os professores, lecionando os seus condiscípulos, e tal era a sua queda para o magistério que se tornou o professor de seus próprios irmãos.

Querendo tudo saber, Barsanulfo conseguiu em poucos anos uma sólida e primorosa cultura. Do Colégio passou ao escritório comercial do seu pai, onde trabalhou como guarda-livros.

Em Janeiro de 1902, com seus antigos professores, Dr. João Gomes Vieira de Melo, Inácio Martins de Melo e com seu colega José Martins Borges, secundado por outros elementos, fundou o Liceu Sacramento, instituto de ensino primário e secundário, onde exerceu a cátedra por cinco anos seguidos, com raro brilhantismo lecionando, quando fazia-se necessário, todas as matérias do curso.

Concomitantemente com a fundação do referido Liceu, surgiu a público a "Gazeta de Sacramento", hebdomadário que saía aos domingos e que foi por ele redigido durante dois anos. Nessa folha, Barsanulfo fêz a sua estréia como jornalista, escrevendo artigos sobre economia política, direito público, métodos educacionais, literatura, filosofia, etc. Colaborou, igualmente, de modo fecundo e brilhante, em diversos outros jornais.

Graças à sua inteligência privilegiada e ao seu próprio esforço, chegou a possuir tal cultura, que os seus biógrafos a consideram verdadeiramente assombrosa. Tinha profundos e largos conhecimentos de Medicina e Direito. Dissertava sobre astronomia, filosofia, matemática, ciências físicas e naturais, literatura, com a mais extraordinária segurança, sem possuir nenhum diploma de escola superior.

As suas árduas tarefas no magistério, na imprensa e na tribuna; a lhaneza de seu coração, sempre pronto a socorrer os necessitados; a sua palavra amiga e conselheira; a probidade de seu caráter, - tudo isso o fêz o ídolo dos seus conterrâneos. Estes, desejosos de o terem no cenário da política local, elegeram-no Vereador. Pelo espaço de seis anos exerceu o mandato de Vereador, dotando a municipalidade de Sacramento com força, luz e bondes elétricos, água encanada, cemitério público tanto para esta como para a povoação de Conquista. Mas a política não era o clima a que ele aspirava. Depois de prestar-lhe serviços, dela se afastou espontâneamente.

Por essa ocasião, Barsanulfo era fervoroso católico, presidente da Conferência de S. Vicente de Paula.

Espírito livre, talhado para os grandes surtos da espiritualidade, era fatal o abandono futuro da religião que recebera no berço.

É assim que certo dia, tendo conhecimento de espantosas curas realizadas no campo do Espiritismo, resolveu saber o que de verdade havia nesses relatos. Como seus parentes de Sta. Maria pregavam e praticavam o Espiritismo, no Centro Espírita Fé e Amor, bastante conhecido naquele povoado e um dos mais antigos naquela região, Barsanulfo para ali rumou, no propósito de pessoalmente investigar os fatos.

Observando, em várias sessões, fenômenos de tiptologia, comunicações de alta expressão filosófica, curas maravilhosas, estudou-os cuidadosamente e, de volta a sua terra natal, trouxe consigo as obras kardequianas, que o levaram, afinal, em 1905, a converter-se ao Espiritismo. Deste se tornou, desde então, o maior propagandista naquela região mineira, especialmente pelo exemplo. A obra que Eurípedes erigiu, em Sacramento, é um desses monumentos grandiosos e imperecíveis que atestam a sua fortaleza moral e a pujança de sua fé luminosa.

Durante doze anos e sete meses foi presidente do Grupo Espírita "Esperança e Caridade", por ele fundado. Como dependência desse Grupo, surgiu em 2 de abril de 1907 o magnífico e grande Colégio "Allan Kardec".

Este importante estabelecimento funcionou sob a sua competente direção durante todo o tempo em que viveu aqui na Terra, deixando-o apenas oito dias antes de desencarnar. Milhares de pobres e órfãos, de ambos os sexos, ali receberam gratuitamente a instrução intelectual e moral, obra esta continuada pelos irmãos do saudoso Eurípedes. Todas as quartas-feiras pregava o Evangelho de Jesus aos alunos do Colégio, incentivando-os, em termos simples, ao amor e à caridade.

Em suas calorosas polêmicas, das quais sempre saiu vitorioso, jamais se lhe passou no íntimo o menor lampezo de vaidade, jamais guardou qualquer resquísio de mágoa, jamais desceu ao terreno ingrato das retaliações pessoais, tratando todos os seus contendores com a máxima elegância possível e não menor amor cristão.

Eurípedes Barsanulfo era dotado de diversas faculdades mediúnicas desenvolvidas, sendo médium curador, receitista, auditivo, vidente, intuitivo, falante e psicógrafo. Era com muita facilidade que ele se desdobrava de um lugar para o outro, e dava a topografia exata dos locais por onde o seu Espírito passava.

Foi o refúgio para todos os aflitos e abandonados da sorte. Centenas de desenganados pela ciência da Terra encontraram em Sacramento o lenitivo para os seus males. Com o auxílio dos Espíritos Superiores, entre eles Bezerra de Menezes, o nosso Barsanulfo curava quase todas as enfermidades.

Homem que não temia difundir as verdades que professava, foi a encarnação do verdadeiro espírita. Fiel discípulo de Jesus, era o consolo e o amparo de todos aqueles que o procuravam, e a todos dispensava indistintamente o mesmo acolhimento, o mesmo amor. Não consta que houvesse deixado inimigos pessoais.

Em razão de tudo isso, ele gozava de grande popularidade em sua terra natal e até mesmo em todo o Estado de Minas. Ainda hoje Barsanulfo continua a ser relembrado e abençoado naquela região, onde deixou traços indeléveis de sua brilhante passagem. No dia 1° de Novembro de 1918, falecia em sua cidade natal, vítima de pandemia de gripe.

Nosso irmão Batuíra


Nasceu Batuíra aos 19 de Março de 1839, em Portugal, na freguesia de Águas Santas, hoje integrada no conselho de Maia. Filho de humildes camponeses, tendo apenas completado a instrução primária, veio, com cerca de 11 anos de idade, para o Brasil, aportando na Guanabara a 3 de Janeiro de 1.850.

Durante três anos trabalhou no comércio da Corte. Daí passou para Campinas-SP, onde ficou por algum tempo até que se transferiu definitivamente para a capital paulista, que na ocasião deveria possuir menos de 30.000 habitantes. Aí, nos primeiros anos, foi distribuidor do "Correio Paulistano". Naquele tempo, não havia bancas de jornais nos lugares públicos. A entrega se fazia à tarde, de casa em casa, e tão somente aos assinantes.

Diligente, honesto e espírito dócil, Batuíra, como entregador de jornais, ia formando amigos e admiradores em toda parte. Parece que neste período que aprendeu a arte tipográfica, certamente nas próprias oficinas do "Correio Paulistano".

Batuíra, muito ativo, correndo daqui para acolá, foi apelidado "o batuíra", nome que o povo dava à narceja, ave pernalta, muito ligeira, de vôo rápido, que freqüentava os charcos na várzea formada, no atual Parque D. Pedro II, pelos transbordamentos do Rio Tamanduateí. O nome do rapazinho era ANTONIO GONÇALVES DA SILVA, mas, de então em diante, tomou para si o apelido de BATUÍRA.

Dentro de pouco tempo, com as economias que reuniu, e naturalmente com o auxilio de pessoas amigas, montou um teatrinho nos fundos de uma taverna da rua Cruz Preta. Naquela modesta casa de espetáculos, muitos amadores fizeram sua estréia, inclusive Batuíra.

Perseverando na sua faina, dedicou-se depois à fabricação de charutos. Assim, com bastante trabalho e economia, Batuíra fazia crescer suas modestas finanças, o que lhe permitiu esposar a Srta. BRANDINA MARIA DE JESUS, de quem teve um filho, JOAQUIM GONÇALVES BATUÍRA, que veio a falecer depois de homem feito e casado.

Audaz como os grandes empreendedores o são, investiu seu dinheiro na compra de áreas desvalorizadas, iniciando a construção de pequenas casas para alugar, tornando-se assim um abastado proprietário, cujos haveres traduziam o fruto de muitos anos de trabalho árduo e honrado, unido a uma perseverança inquebrantável.

Na ocasião em que tudo parecia correr bem, falece, quase repentinamente, o filho único de sua Segunda esposa, D. MARIA DA DORES COUTINHO E SILVA. Era uma criança de doze anos, por quem o casal se extremava em dedicação e carinho.

Este golpe feriu profundamente aquele lar, que só pode encontrar lenitivo à dor na consoladora Doutrina dos Espíritos.

Tão grande foi a paz que o Espiritismo lhes infundiu, que Batuíra imediatamente pôs mãos à obra, no desejo ardente de que outros companheiros de labutas terrenas tivessem conhecimento daquela abençoada fonte de esperanças novas. E dentro daquele corpo baixo e de compleição robusta, um coração de ouro iria dar mais larga expansão aos seus nobres sentimentos de amor ao próximo.

No ano de 1.889, Batuíra passou a ser, na cidade de S. Paulo, o agente exclusivo do "Reformador", função de que se encarregou até 1.899 ou 1.900.

No dia 6 de Abril de 1.890, restabeleceu o Grupo Espírita Verdade e luz que havia muito "se achava adormecido".

Adquiriu então uma pequena tipografia, destinada a divulgação e propagação do Espiritismo, editando a publicação quinzenal chamada "Verdade e Luz", que atingiu no ano de l.897, a marca de 15.000 exemplares.

Batuíra era também médium curador, sendo centenas as curas de caráter físico e espiritual que obtinha ministrando água efluviada ou aplicando "passes magnéticos".

Em virtude de todos esses fatos, o povo, o mais beneficiado por Batuíra, passou a denominá-lo "Médico dos Pobres", cognome que igualmente aureolou o nome de Adolfo Bezerra de Menezes.

A ação benemérita de Batuíra não se circunscrevia, entretanto a estas manifestações da caridade cristã. Foi muito mais além. Criou ele Grupos e Centros espíritas em S. Paulo, Minas Gerais, Estado do Rio, os quais animava e assistia; realizou conferências sobre diversos temas doutrinários, em inúmeras cidades de vários Estados, ocasião em que também visitava e curava irmãos sofredores; espalhou gratuitamente prospectos e folhetos de propaganda do Espiritismo, por ele próprio impressos, e distribuiu milhares de livros pelo interior do País.

Batuíra, unido a outros confrades ilustres, constituiu na capital paulista, a 24 de Maio de 1.908, a "União Espírita do Estado de S. Paulo", que federaria todos os Centros e Grupos existentes no Estado.
Assim era o valoroso obreiro da Terceira Revelação, o incansável lidador que nunca se deixou abater pelas asperezas da jornada, tendo sido incontestavelmente um dos maiores propagandistas do Espiritismo no Brasil.

Carregando sobre os ombros muitas responsabilidades, não sentiu, tão preso se achava ao cumprimento dos seus deveres, que suas forças vitais se esgotavam rapidamente. Súbita enfermidade assalta-lhe o corpo e zombando de todos os recursos médicos, em poucos dias obriga-o a transpor as aduanas do além. Aos 22 de Janeiro de 1.909, Sexta-feira, cerca de uma hora da madrugada, faleceu Sr. ANTÔNIO GONÇALVES DA SILVA BATUÍRA.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Jésus Gonçalves


Jésus Gonçalves, nascido em 12/07/1902 em Borebi-SP (próximo à Agudos), ficou órfão de mãe aos 3 anos e seu pai era uma humilde lavrador.

Aos 14 anos empregou-se como trabalhador braçal na Fazenda Boa Vista, de Ângelo Pinheiro Machado. Nesta época começou a aprender música e junto com outros companheiros animavam as quermesses e bailes com a "Bandinha de Borebi ".

Aos 17 anos foi para Bauru, onde freqüentou o Colégio São José, mas não chegou ao menos a tirar o diploma do Ginásio.

Casou-se aos 20 anos com Theodomira de Oliveira, que era viúva e já tinha 2 filhas. Mesmo assim ainda tiveram mais 4 filhos. Nesta época empregava-se como Tesoureiro da Prefeitura.

Em 1930 sua esposa desencarna por causa de uma tuberculose. Apesar das enormes dificuldades em criar suas 6 crianças continuava a tocar e fazia parte da Banda da Prefeitura de Bauru como clarinetista.

Atuava também como Diretor e ator de teatro na cidade. Apesar de seu pouco estudo apreciava a poesia e prosa, colaborando ativamente nos jornais "Correio da Noroeste " e "Correio de Bauru ".

Casou-se novamente, com Anita Vilela, vizinha que lhe ajudava a cuidar das crianças, mas, aos 27 anos foi acometido pela Hanseníase ( Lepra ). Anita era estudiosa da doutrina espírita e tentava, em vão, esclarecer a mente materialista do ateu Jésus.

Nestes tempos os doentes eram obrigados a abandonar seus empregos e viverem isolados da sociedade, trancados em suas casas ou então em leprosários. Como faria então para cuidar de sua esposa e das crianças ? Aposentado prematuramente passa a viver em uma moradia cedida temporariamente pela Câmara Municipal. Apesar disso continua a escrever para o "Correio da Noroeste".

Seu compadre, João Martins Coube, cedeu-lhe o usufruto de um sítio, onde Jésus passou a cultivar melancias e outras frutas. Mas, em Agosto de 1933, o Serviço Sanitário recolhe-o, afastando-o do convívio de sua família, e internou-o no Asilo-Colônia Aymorés.

Por ter sido um homem resignado foi sempre líder, tolerante e calmo. Fundou o jornal interno "O Momento ", a "Jazz Band de Aymorés " e a equipe de futebol. Por não receberem grupos artísticos no asilo, fundou também o grupo teatral interno.

Jésus sofria muito com problemas no fígado, buscava a transferência para o Hospital Padre Bento em Guarulhos. Mas suas cartas paravam nas mãos do Diretor do Sanatório Aymorés, que não queria perder seu mais ativo e dinâmico interno. Em 1937 conseguiu a transferência mas não conseguiu chegar até lá, as dores no fígado o obrigaram a parar em Itú, e alí ficou no Hospital de Pirapitinguí.

Fundou alí além da "Jazz Band ", a Rádio Clube de Pirapitinguí ( existente até hoje ) e um jornal interno, o "Nosso Jornal ".

Em 1943 Anita desencarnou, e no velório da mesma aconteceram diversos acontecimentos mediúnicos de clarividência de alguns colegas seus e finalmente Anita passou uma mensagem para ele de uma forma bastante íntima onde Jésus não teve dúvidas da veracidade das informações, um pequeno trecho: "Velho, não duvides mais, Deus existe ! ".

Por ser extremamente materialista buscou nos livros Espíritas as explicações para o contato.

A conversão de Jésus ocorreu de forma bastante convincente. Um dia, às voltas com suas dores no fígado, resolveu chamar aquele "Deus ", e desafiou, tirando um pouco de água e colocando em um copo.

"- Se Deus existe mesmo, dou 5 minutos para que coloque nesta água um remédio que me alivie as dores que sinto ". E contou no relógio.

Quando bebeu a água sentiu que estava totalmente amarga. Chamou um companheiro que confirmou a alteração da água. E após 2 minutos nada mais sentia em dores.

Fundou em 1945, após muito estudo, o Centro espírita Pirapitinguí, com dificuldades conseguiu recursos junto às comunidades espíritas para a construção do Centro. Diversas caravanas Espíritas passaram a visitar o sanatório, levando alegria e conforto aos internos.

Passou então a atender as incorporações de familiares e desobsessões severas daqueles considerados "loucos ", permitindo a estes que voltasses à vida normal.

Vinte dias antes de desencarnar, com a doença já tendo lhe consumido todo o corpo, e também as cordas vocais, foi à sessão espírita e para a surpresa das 300 pessoas presentes, os mentores da casa devolveram-lhe a voz e aí fez uma preleção de quase 2 horas de elevados ensinamentos evangélicos. Ao término da preleção Jésus simplesmente perdeu novamente a voz.

E sofreu muito nos últimos dias, o seu corpo estava completamente deformado pela doença, seu rosto transfigurado e seus órgãos começaram a parar, e lentamente desligou-se do corpo físico. Mas teve tempo de saber que o sofrimento é o caminho que nos leva à Cristo, e que pôde mudar a mentalidade daqueles que consideravam os doentes internos de asilos, sanatórios e leprosários apenas como animais fedorentos

Jerônimo Mendonça Ribeiro



Nasceu em Ituiutaba, MG, no dia primeiro de novembro de 1939. Filho de Altino Mendonça e Antonia Olímpia de Jesus, sendo nono filho de uma irmandade de dez filhos. Teve uma infância pobre cheia de privação e seus pais eram muito pobres, analfabetos, lutavam arduamente pela sobrevivência: a mãe lavando roupa para fora e o pai fazendo “bicos” pelas fazendas; conta em uma de suas histórias com muito humor, que o único par de sapatos que teve em sua adolescência foi achado no lixo, quando tentava entrar no cinema. Com treze anos foi levado a conhecer a igreja presbiteriana na qual foi protestante até os 15 anos; era um membro ativo, dava até palestras. Após a desencarnação de sua avó, começou a se debater mentalmente no problema cruciante da morte e do destino da alma, tendo ele um espírito indagador, não se sujeitou aos horizontes estreitos da igreja no que tange a crença em Deus, o conceito de uma vida única e de uma salvação limitada. A amizade com um espírita fê-lo converter-se à doutrina espírita. O amigo esclareceu-lhe as dúvidas da vida além-túmulo e conseguiu acalmá-lo. Já na puberdade, Jerônimo começou a sentir dores nas articulações, especialmente nos joelhos e tornozelos. Esses pontos de seu corpo passaram a “inchar” e já aos dezoito anos andava com dificuldade. Teve vários empregos, porém as dores se agravaram, não lhe deram tréguas e o impediram de permanecer por muito tempo num mesmo trabalho e era sempre obrigado a se afastar. Foi ele balconista, entregador de jornal, redator-chefe de uma revista e professor. Seu passatempo preferido era o cinema, era fascinado pelo Tarzan, sendo este o seu apelido. Enquanto sua saúde lhe permitiu, participou ativamente das excursões com os jovens de uma Mocidade Espírita, estava ele com dezesseis anos. Desde jovem já mostrava interesse pelo espiritismo, frequentando o Centro Espírita que tinha na cidade. E isso foi de grande auxílio para ele, pois aos 18 anos de idade se defrontava com uma das primeiras grandes provações que tinha de vencer, passou a sofrer uma doença, não muito rara, a artrite reumatoide, que causava enorme dor e dificuldade de locomoção, quadro que foi se agravando até que aos 20 anos de idade ficou definitivamente de cama. Certo dia foi ao cinema assistir “... E o Vento Levou”, mas não havia nenhuma poltrona vazia. Jerônimo ficou quatro horas em pé no fundo da sala e ao terminar o filme estava petrificado, com grande vibração de dor nos membros inferiores. Foi aí que começou a jornada dolorosa e difícil da paralisia, como ele mesmo conta em sua autobiografia. Passou três meses deitado, plenamente impossibilitado de se locomover. Depois usou muletas por algum tempo enquanto ia lecionar, no entanto, acabou mesmo tendo de ficar numa cama ortopédica, acometido de artrite reumatoide progressiva. O quadro enfermo de Jerônimo era tão desolador que mesmo sob efeito de medicamentos, seus amigos tiveram que fabricar uma cama especial e colocar sobre seu peito um saco de areia de 30 quilos para que ele pudesse suportar a dor. Recebeu de um amigo a doação de uma Kombi para poder ser levado às palestras. Jerônimo tornou-se orador espírita. Podemos dizer que ele conseguiu transformar seu leito numa tribuna ambulante (deu palestras pelo Brasil todo) e por meio dela conseguiu realizar um grande e valioso trabalho. Quem o conheceu afirma que ele estava sempre rindo, gostava de um bom papo e de cantar também. Certa vez, o Dr. Fritz disse-lhe que ele tinha a doença de três cês – cama, carma e calma. Os amigos sempre levavam Jerônimo ao cinema e também a outros lugares para se distrair. Estando, certa ocasião, justamente num cinema, uma moça tropeçou em sua cama e “explodiu”: “Mas não é possível! Aonde eu vou, está o aleijado! Vou a uma festa, o aleijado lá! Esse aleijado me persegue! Aonde eu vou, ele está!” Jerônimo pensou consigo: “E agora?! A moça está revoltada, nervosa mesmo. Tenho que lhe dar uma resposta, mas não quero irritá-la mais ainda. O que dizer?” E saiu com essa: “Mas também, minha filha, você não para em casa, hein!” Ela olhou-o atônita e começou a rir. Riram juntos. Ficaram amigos. Permaneceu assim cerca de trinta e dois anos preso ao leito, paralítico e com a agravante perda da visão. Quase não dormia, aproveitou para estudar bastante o Espiritismo. Quando ficou cego amigos liam para ele. Nunca lhe faltaram bons amigos. Mas certa vez, um repórter lhe perguntou o que é a felicidade. Ele respondeu assim: “A felicidade, para mim, deitado há tanto tempo nesta cama sem poder me mexer, seria poder virar de lado”. Em outra ocasião, ele disse: “Casei-me com a Doutrina Espírita no civil e com a dor no religioso”.
Eis alguns casos da vida desse vulto do espiritismo:
1- Por ocasião de um “enterro”, quando o cortejo seguia para o cemitério, sua Kombi estava logo atrás. Retirado o caixão, quando as pessoas se dirigiam para o local, um alcoolizado que passava, vendo os amigos lhe carregando a cama, exclamou: “Nossa! Dois defuntos! Esqueceram o caixão deste!” Ele aprendeu a não se revoltar com comentários infelizes. Gostava de citar uma frase de Cairbar Schutel: “Melindres é orgulho ferido”.
 2- Numa palestra de Divaldo Pereira, a cama de Jerônimo estava em evidência, na frente, para não atrapalhar os que quisessem passar. Em certo momento, aproximou-se um homem alcoolizado e disse-lhe: “Paralítico, levanta-te e anda!” E Jerônimo lhe disse: “Depois, meu amigo, depois”. Temia Jerônimo que a cena fosse notada e atrapalhasse a palestra. “Paralítico, levanta-te e anda!”, insistiu o bêbado.“Bem que eu queria, mas não consigo”, falou baixo Jerônimo, tentando chamar o homem à razão. O bêbado saiu desconsolado: “Oh, homem de pouca fé!”.
3- Ele costumava ser requisitado para a prece de despedida por ocasião da desencarnação de conhecidos. Um dia, próximo ao túmulo, coube-lhe a palavra. Depois emocionadas, as pessoas foram saindo, conversando. Esqueceram-no no cemitério. Altas horas da noite, quando os amigos foram visitá-lo em casa e ele não estava, é que se lembraram do cemitério, indo buscá-lo. Em ocasiões como essa, exercitava a resignação. Tinha que esperar que se lembrassem dele, até para um cafezinho ou um copo de água.
 4- Um certo dia, um Senhor foi orientado pela irmã de Jerônimo, para que aquele fosse fazer uma visita a seu irmão, e assim o fez. Quando chegou a casa, ele foi convidado a entrar e, ouvindo o barulho do pessoal nos fundos da casa, para lá se dirigiu. As gargalhadas de Jerônimo sobressaíam a distância. O homem estava tão desesperado que ao ouvir os risos virou-se a D.Terezinha e disse, revoltado: “É esse homem que irá me confortar?” Fez-se silêncio, o senhor foi chamado e apresentado. “Jerônimo, aqui está um senhor que veio de São Paulo só para conversar com você. Por certo, desejará fazê-lo sozinho”. Os jovens se retiraram, e o senhor tomou a palavra: “Olha moço, eu era uma pessoa muito rica até uma semana atrás. Eu tinha uma fazenda com eletricidade, com todo conforto da vida moderna, até campo de aviação. Tinha tudo. Fui tão incauto, que ao fazer a venda da fazenda passei a escritura e recebi uma nota fria”. Jerônimo estranhou o que era uma nota fria. “Uma duplicata sem valor. Eu não tive nem condições de reclamar. O advogado falou que era perda de tempo. A minha família antes se tolerava porque nós conversávamos por bilhetes, eu nos meus weekends, a minha esposa nos seus chás e os filhos iam aonde queriam. Agora todos vêm em cima de mim, me cobrando o conforto, me cobrando a fazenda; eu não resisto a essa situação. Estava na farmácia justamente comprando um remédio para dar fim à minha vida, quando apareceu um amigo que perguntou:” “ Para que você quer isso?” “Como ele sabia do negócio que eu fiz e do meu desespero, ele falou:” “Eu não admito que você compre esse remédio!” “Eu respondi: Como? Você não manda na minha vida! Aí ele me disse:” “Eu vou deixar, sim,você cuidar de sua vida, se você me prometer que vai conversar com o Jerônimo Mendonça em Intuiutaba. Eu lhe dou a passagem”. “Ele me deu a passagem, aqui estou, mas acho que eu perdi tempo, porque você é uma pessoa feliz, que não sabe o que é o sofrimento alheio”. Jerônimo lhe respondeu: “Meu amigo, você é uma pessoa que realmente está sofrendo. Você perdeu uma fazenda maravilhosa, mas vamos supor que essa criatura que lhe comprou a fazenda voltasse agora e lhe perguntasse: “Você quer trocar a fazenda por um olho seu?” “Ah! Jerônimo, que bobagem é essa, isso é conversa que se fale!” “Não, o olho não, o olho é muito precioso, então vamos supor... Um braço”. “Ah! Mas que bobagem! Que conversa! Onde já se viu isso? Oh, meu amigo! E cheguei à conclusão que você não é pobre, você não é miserável. Você é arquimilionário das bênçãos de Deus”. O homem ao sair dali mudou seu modo de pensar, sempre que podia voltava para trocar ideias com Jerônimo, e acabou se tornando um trabalhador da seara espírita”.


terça-feira, 11 de setembro de 2012

Horizontes da Mente

Eis que os horizontes da mente são inconcebíveis, por enquanto, perdendo-se na
noite dos séculos e milénios, apoiando-se no grande ser que denominamos Deus.
A disfunção do mundo glandular provocará em vós inúmeras enfermidades, que a
medicina, até hoje, procura debelar com poucos resultados; e estes, quase
sempre nas pautas da transitoriedade. A ciência do futuro, no que diz respeito à
saúde do corpo físico, está marcada para uma radical transformação de conceitos,
de ética profissional e de diretrizes, no tocante aos métodos para os tratamentos.
Surge um novo sol na psiquiatria, com uma profusão de remodelações, tendo na
mente a responsável direta por todas as enfermidades, o germe de todos os
desequilíbrios do vaso físico. O problema fundamental, em primeiro plano, vai ser
educar e, depois, instruir os indivíduos sobre como usar a faculdade de pensar, a
maior força de todos os planos da existência.
O medo em demasia abaixa a vibração do energismo espiritual, retarda os centros
de força e desequilibra a função glandular, que projeta veneno de todas as
espécies no sistema nervoso e alcança todo o mundo celular. A ordem para a
química do metabolismo é. igualmente, deturpada. A coragem com excesso, que
sai das linhas da fraternidade, também é responsável por distúrbios maléficos ao
organismo e, nesta sequência, poderemos enumerar a maledicência, a vingança,
o orgulho, a dúvida, a infidelidade, a maldade, o ciúme etc.
Por isso, colocamos o Cristo como o sol das nossas vidas. Encontraremos no
Evangelho os métodos mais simples e os meios mais fáceis, preceitos que nos
levarão à verdadeira saúde do corpo e da alma. Já presenciamos pessoas
melhorarem muito de saúde, pela concessão de um simples perdão. Vamos
condicionar a nossa mente a bons pensamentos, para que estes tomem formas e
levem a vitalidade a todo o organismo, sem queima do divino que nos liberta,
revigorando todas as nossas atitudes no bem. Pensar e falar sempre na saúde.
Pensar e comentar assuntos de alegria pura. O humorismo sadio é portador de
esperanças e de paz. As boas maneiras, a decência, a cordialidade, o equilíbrio
das emoções, tudo isto são toques de compensação funcional do corpo, que
nascem na mente, passam pêlos centros de força, ganhando amplitude nas
glândulas que fornecem vitalidade hormonial a todos os departamentos somáticos.
A felicidade se inicia no pensamento. O trabalho é vosso.

(Horizontes da Mente – Psicografia de João Nunes Maia – Espírito Miramez)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

AJUDAR O SEMELHANTE

O espírito, que ama com uma certa profundidade espiritual é como o adamo de toda a ciência e diretriz de todas as filosofias. 

O contexto desta página visa despertar, em cada coração, o modo pelo qual pode, cada um em particular, canalizar os seus esforços em benefício dos seus semelhantes, coadjuvando assim o seu irmão, que segue paralelo na evolução espiritual.

Quando, ao passardes por algum caminho, encontrardes alguém chorando, faminto ou nu, sedento ou desesperado, não vos façais de surdo. 

Eis a vossa oportunidade de servir. Procurai ser útil. Fazei removerem-se os pensamentos negativos das criaturas, pelo que já aprendestes com o Cristo. 

Comunicai, como puderdes, pelas vias do coração e pelas linhas do sentimento, e despertai a alegria, juntamente com ideias sadias, fazendo ver que todos nós somos peças da engrenagem divina, irmãos e filhos do mesmo Deus.

domingo, 9 de setembro de 2012

Do Livro dos Médiuns...

" Muitos, aos demais, só veem no Espiritismo um novo meio de adivinhação e imaginam que os Espíritos existem para predizer a sorte de cada um. 

Ora, os Espíritos levianos e zombeteiros não perdem ocasião de se divertirem à custa dos que pensam desse modo. 

É assim que anunciarão maridos às moças; ao ambicioso, honras, heranças, tesouros ocultos, etc. 

Daí, muitas vezes, desagradáveis decepções, das quais, entretanto, o homem sério e prudente sempre sabe preservar-se."


( Livro dos Médiuns, Cap 3, 1ª parte, Do método )

ADVERSÁRIOS ESPIRITUAIS

      A ação do bem provoca, inevitavelmente, uma reação de violência naqueles que se comprazem no clima da viciação.


        O esforço desprendido em favor da mudança emocional e psicológica das criaturas desperta um sentimento de revolta em muitos que se demoram nas licenças perniciosas.



        Porque há tentativas em prol de um mundo menos infeliz, surgem movimentos que pretendem manter o estado vigente.


Mensagem Psicografada

Nos perguntam: 

O que fazer? 

Por onde recomeçar? 

Dúvidas, incertezas, inúmeras indagações de: Como? 

Onde?

Até quando...?

Filhos, não nos tenham como muletas, somos tarefeiros a lhes orientar a como trilhar no iluminado caminho do Amor, da Caridade, do Bem...

Jesus, através do Evangelho Sublime, nos diz: " Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. 

Ninguém vai ao Pai senão por Mim." Sendo o Amor de Jesus a Luz que nos guia, o Divino modelo de Amor, Perdão, Paciência, Caridade...

Por que tantas dúvidas?

A Fé nos eleva e conforta o nosso coração, onde está a vossa Fé? 

Alma amiga, se queres trilhar no caminho da Luz e do Devotamento ao próximo, suscitando em tí o verdadeiro Amor, retome a tua cruz e segue o Cristo. Sirva a Deus servindo o teu próximo, ame sem exigências. 

Tudo o que fizerdes a um desses pequeninos é a Jesus que estarás fazendo.

Irmão Francisco.

(Página recebida pelo médium Clayton Gouvea na noite de 3/7/2012.)

Senhor, fazei de nós instrumentos da Vossa Paz