sábado, 12 de janeiro de 2013

OS NOVOS SAMARITANOS


Quem ainda não caiu nos resvaladouros do erro?
Quem ainda não se viu forçado a reerguer-se de muitas
quedas?
Tange as fibras do coração e estende a indulgência, servindo
aos companheiros que o açoite da provação flagela e vergasta.
Ei-los que surgem por toda parte:
O doente recluso no manicômio, expirando à míngua de luz,
no crepúsculo da existência...
A jovem acidentada cujos olhos empalidecem para não mais
fitarem o azul do céu.
O moço que ostenta a saúde a brincar-lhe no corpo e a
irreflexão a empurrar-lhe a alma para os antros do vício...
A mulher que resume ao mesmo tempo e ternura de mil
mãezinhas, ao enlaçar o filhinho amado e enfermo, desfalecente
e já sem forças para chorar...
O homem de passo errante que se estira de cansaço sobre
passeios e bancos da via pública, tentando conciliar o sono sem
sonhos do supremo infortúnio...
O cultivador do solo, preso a dores antigas e que não troca de
vestimenta há vários meses de intensa luta...
A dama elegante e bela que traz o coração repleto de enganos
sob o colo estrelado de jóias...
O ébrio de olhar sem brilho e de lábios sem cor, que avança
para o sepulcro, cambaleando aos soluços dos filhos entregues à
ignorância e à necessidade...
A velhinha encarquilhada que ainda busca coser farrapos de
velhos sonhos...
O sentenciado infeliz cuja consolação é somente ouvir a
orquestra dos passarinhos sobre as telhas do cárcere...
Construindo o bem sem alarde, no sublime anonimato do
amor fraterno, os espíritas podem e devem ser os novos
samaritanos, em plena vida de hoje.
Embora humildes e pequeninos, mas convictos de que
desfrutamos a Eternidade, na qual já podemos viver felizes,
sigamos Jesus, o Excelso Timoneiro, acompanhando a marcha
gloriosa de suor e de luta em que porfiam incansavelmente os
nossos benfeitores abnegados – os Espíritos de Escol.

Eurípedes Barsanulfo
O Espirito da Verdade - Chico Xavier / Emmanuel

Senhor, fazei de nós instrumentos da Vossa Paz