sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

NA GLÓRIA DO CRISTO



Se entre as vidas magnificentes da Terra uma existe, na qual a mediunidade
comparece com todas as características, essa foi a vida gloriosa do Cristo. 

Surge o Evangelho do contacto entre dois mundos. 

Zacarias, o sacerdote, faz-se clarividente de um instante para outro e vê um
mensageiro espiritual que se identifica pelo nome de Gabriel, anunciando-lhe
o nascimento de João Batista. 

O mesmo Gabriel, na condição de embaixador celestial, visita Maria de Nazaré
e saúda-Ihe o coração lirial, notificando-lhe a maternidade sublime. 

Nasce, então, Jesus sob luzes e vozes dos Espíritos Superiores. 

Usando o magnetismo divino que lhe é próprio, o Excelso Benfeitor transforma
a água em vinho, nas bodas de Caná. 

Intervém nos fenômenos obsessivos de variada espécie, nos quais as entidades
inferiores provocam desajustes diversos, seja na alienação mental do
obsidiado de Gadara ou na exaltação febril da sogra de Pedro. 

Levanta corpos cadaverizados e regenera as forças vitais dos enfermos de
todas as procedências. 

Apazigua elementos desordenados da Natureza e multiplica alimentos para as
necessidades do povo. 

Sonda os ideais mais íntimos da filha de Magdala, quanto lê na samaritana os
pensamentos ocultos. 

Conversa, Ele mesmo, com desencarnados ilustres, no cimo do Tabor, ante os
discípulos espantados. 

Avisa a Pedro que Espíritos infelizes procurarão induzi-lo à queda moral, e
faz sentir a Judas que não desconhece a trama de sombras de que o apóstolo
desditoso está sendo vítima. 

Ora no horto, antes da crucificação, assinalando a presença de enviados
divinos. 

E, depois da morte, volta a confabular com os amigos, fornecendo-lhes
instruções quanto ao destino da Boa Nova. 

Reaparece, plenamente materializado, diante dos aprendizes, no caminho de
Emaús, e, mais tarde, em Espírito, procura Saulo de Tarso, nas vizinhanças
de Damasco, para confiar-lhe elevada missão entre os homens. 

E porque o jovem perseguidor do Evangelho nascente se mostre traumatizado,
ante o encontro imprevisto, busca Ele próprio a cooperação de Ananias para
socorrer o novo companheiro dominado de assombro. 

É inútil, assim, que cristãos distintos, nesse ou naquele setor da fé, se
reúnam para confundir respeitosamente a mediunidade em nome da metapsíquica
ou da parapsicologia - que mais se assemelham a requintados processos de
dúvida e negação -, porque ninguém consegue empanar os fatos mediúnicos da
vida de Jesus, que, diante de todas as religiões da Terra, permanece por Sol
indiscutível, a brilhar para sempre.



Pelo Espírito Emmanuel

XAVIER, Francisco Cândido. Antologia Mediúnica do Natal. Espíritos Diversos.
FEB. 

Senhor, fazei de nós instrumentos da Vossa Paz