sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

CRÔNICA DO NATAL




Desde a ascensão de Herodes, o Grande, que se fizera rei com o apoio dos
romanos, não se falava na Palestina senão no Salvador que viria enfim...

Mais forte que Moisés, mais sábio que Salomão, mais suave que David,
chegaria em suntuoso carro de triunfo para estender sobre a Terra as leis do
Povo Escolhido.


Por isso, judeus prestigiosos, descendentes das doze tribos, preparavam-lhe
oferendas em várias nações do mundo.

Velhas profecias eram lidas e comentadas, na Fenícia e na Síria, na Etiópia
e no Egito.

Dos confins do Mar Morto às terras de Abilena, tumultuavam notícias da
suspirada reforma...

E mãos hábeis preparavam com devotamento e carinho o advento do Redentor.

Castiçais de ouro e prata eram burilados em Cesaréia, tapetes primorosos
eram tecidos em Damasco, vasos finos eram importados de Roma, perfumes raros
eram trazidos de remotos rincões da Pérsia... Negociantes habituados à
cobiça cediam verdadeiras fortunas ao Templo de Jerusalém, após ouvirem as
predições dos sacerdotes, e filhos tostados do deserto vinham de longe
trazer ao santuário da raça a contribuição espontânea com que desejavam
formar nas homenagens ao Celeste Renovador.

Tudo era febre de expectação e ansiedade.

Palácios eram reconstruídos, pomares e vinhas surgiam cuidadosamente
podados, touros e carneiros, cabras e pombos eram tratados com esmero para o
regozijo esperado.

Entretanto, o Emissário Divino desce ao mundo na sombra espessa da noite.

Das torres e dos montes, hebreus inteligentes recolhem a grata notícia...
Uma estrela estranha rutila no firmamento.

O Enviado, porém, elege pequena manjedoura para seu berço de luz.

Milícias angelicais rejubilam-se em pleno céu...

Mas nem príncipes, nem doutores, nem sábios e nem poderosos da Terra lhe
assistem a consagração comovente e sublime.

São pastores humildes que se aproximam, estendendo-lhe os braços.

Camponeses amigos trazem-lhe peles surradas.

Mulheres pobres entregam-lhe gotas de leite alvo.

E porque as vozes do Céu se fazem ouvir, cristalinas e jubilosas, cantam
eles também...

- "Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os
Homens!..."

Ali, na estrebaria singela, estão Ele e o povo...

E o povo com Ele inicia uma nova era...

É por isso que o Natal é a festa da bondade vitoriosa.

Lembrando o Rei Divino que desceu da Glória à Manjedoura, reparte com teu
irmão tua alegria e tua esperança, teu pão e tua veste.

Recorda que Ele, em sua divina magnificência, elegeu por primeiros amigos e
benfeitores aqueles que do mundo nada possuíam para dar, além da pobreza
ignorada e singela.

Não importa sejas, por enquanto, terno e generoso para com o próximo somente
um dia...

Pouco a pouco, aprenderás que o espírito do Natal deve reinar conosco em
todas as horas de nossa vida.

Então, serás o irmão abnegado e fiel de todos, porque, em cada manhã,
ouvirás uma voz do Céu a sussurrar-te, sutil:

- Jesus nasceu! Jesus nasceu!...

E o Mestre do Amor terá realmente nascido em teu coração para viver contigo
eternamente.



Pelo Espírito Irmão X

Senhor, fazei de nós instrumentos da Vossa Paz